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Dias de barro e chuva

Isabel C. Alves

O que vou contar aconteceu em julho de 2009, acho que foi julho porque ainda fazia frio e lembro que também chovia. Caminhávamos muito, mas naquele dia fomos mais longe e éramos 4 no veículo: Elias conduzia, Juan e Luiz de olhos e ouvidos bem abertos e eu de fotógrafa, aprendendo com eles. Fomos investigar que plantas estavam com frutos e os animais que se alimentavam desses frutos. E acabamos na base da Barra Grande. Entrei na base, que estava vazia, um pouco abandonada e com um cheiro forte. Fui andando até à parte de trás onde descobri...que a casa tinha ocupante. No momento não estava (sorte a minha!!!), mas tinha deixado marcas de barro na parede para entrar pela janela que já não tinha vidro e escolhido usar o tanque de lavar roupa como latrina. Adivinhou quem é? As marcas na parede eram pegadas e o que estava no tanque tinha restos do que tinha sido sua comida nos últimos tempos...quem ocupava a casa era uma...suçuarana!!


Mas não acaba aqui... durante aquela semana Juan e eu ficámos hospedados em um dos quartos da antiga hospedagem da Capivara, junto ao lago 1. Acho que não tinha mais ninguém lá aqueles dias. Aquela noite houve tempestade braba: relâmpagos, trovões, chuva forte e o Juan adormeceu logo, mas eu não... entre relâmpago e relâmpago deu pra ver, por uma fresta, algo grande se movendo atrás da porta, entre trovão e trovão ouvi uma respiração forte "rrrrnnn" ... só pensei que aquela porta era de madeira fina e só lembrei da história dos três porquinhos e do lobo feroz... Levantei e coloquei um banco pesado e tudo o que pude escorando a porta. Acabei dormindo e pela manhã O Juan não entendia nada... até sair lá fora. Quem tinha dormido no alpendre da pousada também deixou marca e eram pegadas de suçuarana. Só esteve se abrigando da chuva... 

Dias de barro e chuva: Bem-vindo
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